sábado, 7 de agosto de 2010

Uma história.

sábado, 7 de agosto de 2010

A vida sempre tende a seguir um caminho, um caminho único. Reto, paralelo e com entranhas. Sempre em um único sentido, o futuro. É inevitável e esmagadora sensação de sabermos que sempre nos lembraremos do passado, mas nunca nos lembraremos do futuro. E é como dizem, a surpresa é melhor. Particularmente acho isso bobagem, temos que trilhar o futuro da forma que acharmos melhor, mas e se fosse de nossa sabedoria o que virá por acontecer? Teria bom proveito? Acho que sim. Se apresentassem para você um futuro belo e dos seus sonhos e dissessem: "Esse é o teu futuro pequeno explorador, basta apenas trilhar o caminho único nas entranhas certas.".

Vou contar uma história sobre minha pessoa, não é nada de muito interessante, mas sempre é bom saber um pouco mais sobre os outros, ainda mais quando você se dá ao descaso de ler o que esse sujeito escreve.

Depois que eu completei oito anos de idade, no dia do meu aniversário ganhei uma bicicleta, a mais bonita. Só que não sabia andar de bicicleta, o que fazia com que apenas andasse ao lado dela, totalmente amargo para um garotinho. Apesar dos poréns, era muito bom ter uma bicicleta, e aprendi a andar, me ralando todo, várias vezes, mas não devia desistir.
Como moro em uma cidade bem calma era possível andar nas ruas com sossego. E foi por causa da bicicleta que conheci ela, andava distraído e bati nela! Poderia simplesmente continuar pedalando, mas eu quis ajudar a garota, afinal de contas, ela era minha vizinha... Porém não me importei com ela, eu tinha oito anos, garotas não era o tipo de coisa que eu queria. E mal sabia para o que estava por acontecer....
Mas somando mais oito anos a minha vida, agora com dezesseis, garotas era o tipo de coisa que eu queria. E nós éramos bons amigos. Aliás! Melhores amigos, foi quando nasceu aquela paixão juvenil, adolescente. E naquela idade? Era mais disso que eu queria saber mesmo. E ah, video-games é claro, afinal, sou um garoto não um velho de setenta anos de idade.
Saíamos pra calçada da rua, ficávamos conversando até horas e horas, riamos e chorávamos. Nos abraçávamos sem dizer uma palavra, era somente o que queríamos. Até que quando menos se espera, as coisas acontecem. É como minha avó dizia: Coisas boas demoram para acontecer, agora coisas excelentes acontecem num piscar de olhos. E foi exatamente assim que as coisas aconteceram, num piscar de olhos. Horas podiam ser calculadas em minutos na sua presença.
Começamos a namorar, era tudo muito lindo, no climax de nossa paixão, ela recebeu a notícia de que teria que se mudar. Não daquela velha rua que nós tratávamos como nossa, muito menos de cidade, mas do País! Ela teria que se mudar de País. Foi um pouco antes de eu completar dezoito anos e ela se mudou para Portugal, conseguimos manter contato, afinal, era digital é outra coisa. Só que com o tempo, ela se familiarizou com o país, as pessoas, a cultura, os costumes. E aquilo que tínhamos foi se apagando, cada vez mais distantes, parecia que ela estava incomunicável. Como são as coisas, há tempos descobri que ela está muito feliz e apaixonada. Enquanto eu não posso simplesmente fazer nada, apenas desejar a felicidade dela, e a minha, é claro. E a partir desses fatos nunca mais nos falamos.
Agora tenho dezenove anos e vivo inconscientemente sobre essa história que acabei de lhes contar. Que é a mais pura verdade, mas não aconteceu.

E se eu não ganhasse a bicicleta? E se eu não parasse para ajudar aquela menina que eu tinha atropelado? E se eu não tivesse tentado perpetuar as nossas noites na nossa rua?

A nossa vida é feita de caminhos a se seguir, basta seguir sempre na única direção. Reta. Imutável. Inconstante.

E sobre a pergunta que fiz no início da postagem. Se eu soubesse do que iria acontecer, teria mudado algo? Me arrependido dos meus atos?
Vejam, novamente seguindo a trilha de farelos.

Um Abraço a todos!

1 comentários:

Anônimo disse...

Que foda...

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